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Foto do escritorPatrícia Bordignon Rodrigues

Metaverso inclusivo, boa intenção ou atitude com estratégia?

Episódio 3: O que precisa ser feito para que o metaverso seja inclusivo

Tempo de leitura: 3 minutos


Neste artigo, vamos começar a falar sobre inclusão no metaverso. Todos os tipos de inclusão e, pela grandeza e relevância deste tema, vou precisar de dois artigos.

No artigo de hoje, vamos entender como o metaverso pode ser esse novo mundo que está sendo projetado para ser um espaço inclusivo, onde todos terão voz e representatividade.


Nesses novos mundos, partiremos do pensamento da inclusão, dando vida à diversidade que está diretamente ligada ao ESG (Environmental. Social and Corporate Governance), pauta das prioridades de grande parte das empresas, ou pelo menos deveria estar.


Estamos com a faca e o queijo na mão! Temos inovação e tecnologia juntas nessa batalha e essa dupla tem “poderes” para tirar do mundo das boas intenções e colocá-lo em ações estratégicas, como para dentro de casa todos, sem distinção de gênero, cor, classe social ou deficiência.

Aqui será o lugar para começarmos a resgatar o abismo que existe na vida real, onde bem sabemos que a realidade está longe de ser inclusiva. E como faremos isso? A avatarização vem como uma alternativa muito importante pelo seu caráter visual.

Dados de uma pesquisa que faz parte do relatório de 2021 do Institute of Digital Fashion e do Circular Fashion Summit mostram que, segundo os entrevistados, estamos longe do que precisa ser feito.

Eles trouxeram dados que ainda temos uma sub-representatividade das mulheres, deficientes e comunidade LGBTQ+. E mais, que se preocupam com o bullying e com a discriminação das pessoas com deficiência nos mundos virtuais.

Sugeriram que uma forma de resolver essa sub-representatividade é ampliar o leque de opções para os avatares, como nas opções de cor de pele, nas opções de roupas e abrindo oportunidades para os deficientes trazendo suas histórias pessoais para compartilhar nos mundos e, com isso, favorecer o acolhimento.

A Vogue Business refletiu sobre as opiniões dos consumidores deste relatório e corroborou com a importância de que os novos mundos no metaverso tenham mais tipos de corpos, identidades de gênero, deficiências e tipos de roupas.

Como regra, quando tiramos as máscaras e as armaduras e nos mostramos como somos de verdade, com as nossas forças e fraquezas, existe a tendência de sermos ouvidos e respeitados. A transparência e a verdade têm o poder de tocar as pessoas e mudar a sua forma de agir e de perceber o outro.

Os novos consumidores mostraram na pesquisa a importância do escolher para eles. Cada vez mais, as pessoas querem ter as opções na mão e elas serem senhoras das suas escolhas.

A Meta anunciou que planeja construir o metaverso de forma responsável, colaborativa e com bem-estar, segurança e diversidade em mente. Para isso, anunciou novos parceiros de instituições externas, que unirão esforços para orientar substancialmente sua produção com vozes de especialistas de diferentes áreas e origens.


Maxine Williams, diretora de diversidade da Meta, disse à Bloomberg que planeja construir o metaverso usando as lições aprendidas com a tecnologia que existe, pois, assim, é possível construir uma nova tecnologia, que ainda não existe.

Da mesma forma o CEO da Entertainment Software Association (ESA), Stanley Pierre-Louis, enfatizou a oportunidade de construir uma base inclusiva no metaverso, que amplifique e atraia audiências de todas as idades, raças, identidades de gênero, orientação sexual e cultura. “Parte do que estamos tentando lidar é com o que é o metaverso e como o estamos definindo”, disse.

O que fica claro, é que a inclusão, de fato, precisa estar presente desde as primeiras definições da construção do metaverso para que ela esteja fielmente representada.

As marcas precisarão planejar com muita responsabilidade os seus metaversos, para que eles incorporem as mais diversas opiniões e vozes representativas para terem uma base realmente inclusiva no mundo virtual.

O metaverso inclusivo precisa muito mais que boas intenções, precisa de ações estratégicas bem planejadas!

Vejo vocês no próximo episódio onde abordarei mais sobre o tema inclusão!


Patricia B. Bordignon Rodrigues é diretora de Marketing e Canais Benkyou. Imagens: Shutterstock

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